Introdução
A modernização de lâminas ao redor do mundo mudou a maneira de se lutar como também de carregar uma. Historicamente elas foram diminuindo de tamanho e atualizando-se conforme as legislações, normas e cultura da sociedade. Você não vê mais um espadachim andando pelas terras de Jerusalém ou um civil carregando um punhal para sua proteção pessoal por exemplo.
Cito Jerusalém pois esta cidade pois possui registros históricos de quase 5 mil anos, além de ser uma das mais antigas da humanidade, tornou-se símbolo dos povos antigos e palco de batalhas e conflitos com espadas, facas, adagas, lanças e escudos por muitos anos.
Hoje em dia geometrias de espadas famosas, adagas, punhais viraram facas fixas de vários tipos e tamanhos, para um porte velado, trabalhos diários, necessidades táticas, para caça e etc.
Essa evolução das facas e seus desenhos minimalistas trouxe consigo um dos utensílios mais refinados e úteis do homem: “O Canivete”.
História
A história do canivete usado nos dias de hoje teve início na Europa, principalmente na Alemanha, Escócia, Inglaterra e França. Mas o seu aprimoramento foi dado graças aos mouros, que ocuparam a península ibérica e ornamentaram o objeto com a criação de arabescos e desenhos sofisticados, deixando o canivete mais elegante, leve e moderno.
No Brasil, o canivete surgiu com a chegada de tribos africanas conhecedores das técnicas de cutelaria. Especialmente em Minas Gerais, região que durante o século XIX contava com terras ricas em carvão, água e minério de ferro, escravos africanos iniciaram a fabricação artesanal dos primeiros canivetes verdadeiramente nacionais, fornecendo-os aos garimpeiros durante a época colonial, fase em que a produção de aço era proibida.
Uma lâmina estilizada de bolso, teve sua importância e vantagens descobertas ainda no período pré-romano. Desde então, o canivete só tem motivos para provar que seu uso se torna indispensável em determinadas ocasiões e até decorativo em outras. Com o passar dos anos e métodos concebidos com a tecnologia, o canivete ganhou novas formas, modelos e materiais, tornando-se uma das ferramentas preferidas no uso para Defesa Pessoal.
Canivete ou Lâmina Fixa
Particularmente, sempre tive um canivete no meu bolso, andava com um Browning FA38, não era um dos melhores do mundo mas no uso diário funcionava super bem. Depois passei para um Karambit da Fox Knives, vi antes de ser famoso no programa “Desafio sobre Fogo”, Doug Marcaida fazendo uma apresentação desse lindo canivete, que era tudo que eu estava procurando na época, um canivete que fosse feito para o combate.
A lâmina em forma de garra de tigre revestida com teflon preto e superfície de lâmina é devastadoramente afiada com uma espessura de 0,12 “e comprimento de 3”, oferecendo um alcance total de 7,5 “quando totalmente estendida e 5” quando fechada. O clipe de bolso ajustável permite o uso ambidestro, que era muito legal. Ele foi projetado para ser carregado com o recurso patenteado Emerson Wave para implantação rápida em uma empunhadura reversa (Pakal), que pra mim, é o maior diferencial desse canivete. A empunhadura reversa nessa lâmina torna mais eficiente o seu poder de corte, em razão da sua posição de descanso embolsada virada para cima. Mas a faca também pode ser utilizada na empunhadura para frente. O cabo é revestido na tala G10 que dá uma aderência e firmeza na empunhadura.
Com o passar do tempo, fui adquirindo mais conhecimentos e experiências sobre facas e canivetes através das artes marciais e estudos sobre combates com faca e violência com facas. Atualmente por motivos táticos e técnicos carrego uma lâmina fixa que eu mesmo projetei, no meu colete operacional, forjada pela JCB cutelaria. E para o dia a dia, carrego uma KaBar TDI, desenhado por John Benner.
Então qual é a justificativa de falar do canivete se meus argumentos finais se resumem em lâmina fixa?
Bom meu caros leitores, o canivete pode ser uma escolha pessoal ou estratégica para o uso na defesa pessoal. Apesar de eu ter visto poucas histórias documentadas e registradas do seu uso eficiente em situações de combates reais.
Como o caso do ex sargento do Exército Americano, David Bellavia, que recebeu a Medalha de Honra em reconhecimento às suas ações heróicas de 10 de novembro de 2004, quando matou cinco combatentes inimigos durante uma batalha caótica dentro de uma casa mantida pelo inimigo durante a segunda batalha de Fallujah, resgatando um esquadrão inteiro no processo.
Segundo o sargento, depois de matar 4 insurgentes, ele entrou em luta corporal mortal com um inimigo ferido. Sem opções, usou seu canivete de bolso, uma Gerber Rex Applegate, e matou o insurgente.
Baseada na clássica faca fixa Applegate-Fairbairn, essa “Folder Combat” além da personificação das maiores referências de Combatives/Knive Combat pode ser comparável a uma faca de lâmina fixa de tamanho normal, com a versatilidade de um canivete. Uma das suas maiores características na minha opinião, é a alavanca de travamento patenteada “roto-lock”, um sistema de travamento manual secundário, que evita que a lâmina abra ou feche na mão do usuário ou até mesmo no bolso, tornando ela segura e sem muita folga entre a lâmina e o cabo. Sem dúvida um dos melhores canivetes do mundo.
Veja que o canivete ainda continua sendo uma ferramenta de multifuncionalidade que compõe diversos conjuntos incríveis para a sobrevivência. E para quem não quer portar uma lâmina fixa, por questões de portabilidade, conforto, peso, preço e outros motivos… O canivete é uma ótima opção, e a sua abominação como instrumento de Defesa Pessoal é um desprezo total à sua origem e sua capacidade.
Como escolher um canivete para Defesa Pessoal?
Realmente não é uma tarefa fácil, pois temos infinitos tipos de canivetes de todas as formas que se possa imaginar no mundo para todos os gostos. Desta maneira para melhor compreensão e discernimento, vamos destacar 4 das principais peculiaridades que você deve se atentar ao adquirir um canivete para Defesa Pessoal. São elas: Tala, Clip, Trava e Mecanismo de Abertura.
Tala
Uma bom canivete deve oferecer uma ótima empunhadura para uma manipulação fiel e segura ao seu usuário. As lâminas fixas pelos seus tamanhos e estruturas fornecem empunhadura mais confiáveis, claro que isso depende do desenho do cabo. O canivete por ser menor prejudica a manuseabilidade do objeto, então temos que observar o desenho do cabo e a tala.
São 4 das melhores talas a se escolher: G10, Micarta, Alumínio e Polímero.
Temos tala de micarta trabalhada que é um material muito bom que oferece uma boa aderência, durável e com bastante customização. A G10 um dos melhores materiais do mercado, muito semelhante à micarta, porém mais resistente. G10 pode suportar uma quantidade absurda de abusos de golpes, suportar produtos químicos e ambientes de alta umidade. Na mão, o G-10 é incrivelmente aderente, mesmo quando molhado ou oleoso.
Talas de Alumínio são os mais vistos nos canivetes, principalmente os nacionais. São leves e tem uma aderência razoável. Dependendo do design do cabo, talas de alumínio não são muito ergonômicas e geralmente não oferecem uma boa firmeza na pegada.
Tala de Polímero tem os mesmos problemas que a de alumínio apesar de que, na minha opinião, é mais lisa. A importância da escolha da tala certa no cabo reflete diretamente no combate real. Lutas que envolvem facas certamente haverá sangue, areia, suor, e outros resíduos. Tem pessoas que tem sudorese nas mãos, por exemplo, em situações de estresse. E uma boa tala irá evitar que você perca seu canivete em momentos cruciais. Você quer estocar sua ameaça e ter certeza que seu canivete esteja em sua mão na volta e não cravada no corpo, e ainda ter a possibilidade dessa ameaça usar seu canivete contra você.
Sobre o material de titânio não citado, além de ser muito caro não tem muita aderência , o titânio se tornou rapidamente o material de cabo de faca padrão entre os fabricantes de facas Premium.
Não vou falar sobre retenção e contra retenção de canivete, por serem objetos muito pequenos e difícil de serem subtraídos durante um combate corpo a corpo.
Clip
Não existe uma maneira certa de carregar um canivete, devemos basear nossos julgamentos apartir de um kwon-how e experiências para uma melhor escolha. Atualmente é fácil encontrar pessoas carregando seu canivete no bolso com o clip. Mas pra que lado está o clip?
O que devermos prestar atenção é se esse clip está pra baixo “Tip Down” ou para cima “Tip Up“. No Tip Down o clip fica em direção a ponta da lâmina, perto do pivô do canivete, na configuração Tip Up o clip fica em direção contrária da ponta da lâmina. A maioria dos canivetes já vem configurado no Tip Down, e alguns desses, fornece a opção de trocar a posição do clip se desejar outros não.
De acordo com uma pesquisa da Knife News feita em 2015, 64% dos entrevistados preferem Tip Up e 19% Tip Down, enquanto 15% não se importa e outros 2% preferem nenhum clipe.
Para a Defesa Pessoal, buscamos um acesso rápido e economia de movimentos, que seja seguro de carregar e que me mantenha veloz na abertura desse canivete. No final dessa matemática, ganhamos eficiência na manuseabilidade e motricidade fina. Menos manipulação significa melhor confiabilidade sob estresse.
Resumidamente, para carregar no bolso prefira usar o Tip Up, pois a pegada usando o polegar como uma pinça no acesso ao canivete é mais favorável e a lâmina praticamente já saí na posição correta para ser empregada.
Já no Tip Down, é aconselhável utilizar na cintura e em colete tático. Nessa configuração a sua empunhadura é mais firme, o acesso é mais rápido e sua mão fica posicionada perto da extremidade do pino de articulação do cabo, onde pode iniciar uma abertura mais rápida.
Trava
Dando continuidade a descrição de certas peculiaridades na escolha do seu canivete para Defesa Pessoal, falaremos sobre a trava, que para muitos usuários, “o verdadeiro coração de um canivete é o seu mecanismo de travamento” . Há uma grande variedade de mecanismos de travamento usados pelos fabricantes, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens. Quanto melhor a trava mais forte é a lâmina e mais seguro é o canivete, porém mais tempo o usuário levará para abrí-lo, dependendo do tipo de trava.
Essa trava deve garantir que seu canivete não abra dentro do seu bolso acidentalmente, antes ou durante um combate. Não queremos uma lâmina no bolso cortando nossa femural, entretanto, não vi casos relatados em fóruns de mortes acidentais por isso, mas vi alguns casos de canivetes abrirem causando pequenas lesões. Então se pode acontecer, temos que diminuir esse risco. E por fim, quando o canivete estiver aberto e pronto para o uso é o mecanismo de travamento que vai garantir que ela não feche involuntariamente ou por impacto (durante cortes ou estocadas).
As melhores travas que estão dentro do contexto deste artigo são a Frame-Lock, Bloqueio de Compreensão, Liner-Lock e Lock-Back.
O Frame Lock é algumas vezes referido como RIL ou Reeve Integral Lock , em homenagem ao seu criador Chris Reeve. Simples mecanismo, e visto na grande maioria dos canivetes e forte na execução, a trava da estrutura fornece uma grande superfície de engate e muita resistência mecânica para manter a lâmina aberta.
É importante frisar que todas as travas mencionadas nesse artigo fornecem uma melhor fixação da lâmina com o corpo do canivete evitando o jogo de lâmina, que é quando a lâmina começa a ficar solta entre a estrutura do canivete, e isso é péssimo, pois a lâmina pode quebrar, desmontar da estrutura ou causar problemas na abertura.
Felipe Rodrigues
O Bloqueio de Compreensão foi desenvolvido e patenteado pela Spyderco e conhecido principalmente por seu uso no popular canivete, Paramilitary 2. É extremamente forte e seus dedos não passam pela lâmina na hora de travar, isso é muito bom. Com prática você consegue abrir e fechar a lâmina com uma mão só.
O Liner-Lock é tão simples quanto o Frame-Lock, são fáceis de usar, custo baixo, porém é mais frágil principalmente em canivetes de marca nacionais, mas bem construídos podem oferecer uma boa resistência, como no canivete da CIVIVI Elementum, que apresenta um bom desempenho.
E por fim, o Lock-Back além de ser muito forte é ambidestro, por sua resistência é mais lento para abrir. É visto em canivetes da Cold Steel que também utiliza a trava Tri-Ad, que é um refinamento do design Lock-Back de Andrew Demko , que projeta para Cold Steel. Ele eliminou um dos problemas principais do Lock-Back, que é a folga entre a barra de bloqueio e a espiga da lâmina causada pelo desgaste. Tri-Ad Lock até agora é exclusivo da Cold Steel e das facas personalizadas da Demko. Resumindo os dois tipos de travas são muito seguras porém você pode perde velocidade na abertura.
Em alguns testes feitos por muitos Instrutores de Faca, como o Mestre Renato Trivia, o Cold Steel leva o dobro do tempo (2seg) pra abrir, em relação à um canivete Frame ou Linear-Lock (1seg). Justamente pela ótima trava que ele tem (Tri-ad Lock). Trivial ainda faz uma ressalva:
“Frame Lock e Liner Lock costumam apresentar bom equilíbrio em relação à resistência de trava e resistência à abertura. Por isso, minha preferência. Lembrando que, em geral, quanto melhor a trava, maior à resistência à abertura. O que traz um efeito cotovelo no esforço de abertura. Assim, o Tri-ad lock e Lock Back, apesar de serem as melhores travas, deixam o canivete mais lento na abertura (é necessário vencer a resistência da trava na abertura primeiro).”
R. Trivia
Existem outros tipos de travas que não foram citadas nesse artigo. Diferentes tipos de travas se adaptam à diferentes estilos de canivetes e à diferentes finalidades. Dessa maneira, tentei colocar as principais, todavia essa parte de trava merece um artigo próprio.
Não espere que elas façam coisas para as quais não foram projetados para fazer, é como julgar um peixe por sua habilidade de subir em uma árvore. Pense nisso!!!
Mecanismo de Abertura
E pra finalizar, temos a mecânica de abertura do canivete. Talvez uma das principais peculiaridades que você deve se preocupar antes de adquirir um. Estamos falando de velocidade e rapidez no emprego dessa lâmina. Que pode ser necessária em diversas situações de combate corpo a corpo ou qualquer lugar que possa acontecer esse embate.
Quando falamos em velocidade e rapidez, estamos buscando a rapidez para acessar o mecanismo de abertura e com que velocidade o canivete está pronto para a finalidade.
Sabemos que em lâminas fixas, não há pivôs ou rolamentos em jogo. Então basta tirar da bainha e ela está pronta pro seu uso. Talvez aqui seja um dos pontos críticos do canivete, e é por esse motivo que devemos ser prudentes na escolha.
São 4 tipos de aberturas que traduzem em velocidade e rapidez: Abertura Manual, AO, Automático e Wave.
Abertura Manual podemos citar dois tipos: a Thumb Stud e a Thumb Role.
A primeira é feita por um pino saliente que se encontra na lâmina, com ajuda do polegar podemos abrir facilmente o canivete. Os pinos funcionam criando uma alavanca na lâmina, permitindo uma fácil abertura com uma mão. Alguns canivetes possuem um pino duplo projetado para canhotos ou destros.
É um bom mecanismo de abertura, é interessante adquirir um que seja de Abertura Assistida (uma mola ajuda na abertura final do canivete). Sendo assim a força empregada pelo polegar não precisa ser muita, e se por acaso o dedo polegar não conseguir abrir completamente, a mola pode fazer o trabalho com a ajuda da inércia no movimento de abertura.
A segunda é realizada por um buraco na lâmina, que com a aplicação do polegar no orifício ajuda a abrir o canivete. Comparado à Thumb Stud é mais prática e fácil.
A empresa Spyderco foi uma das pioneiras na criação desse mecanismo de abertura. Conhecida como Spyderco Round Hole Opener®, o design agora copiado permite controle total sem a necessidade de usar ambas as mãos. O revolucionário recurso Round Hole Opener recebeu uma patente de utilidade nos EUA em 1981 e literalmente redefiniu a forma da faca dobrável moderna. Tudo surgiu de uma ideia inteligente para atender a uma necessidade real. Já que com os pinos de polegar, discos e outros acessórios de abertura com uma mão exige um trabalho de motricidade fina. O furo oferece uma área de superfície maior para maior confiabilidade.
AO ou Abertura Assistida é uma das aberturas mais descomplicadas que existe no mundo dos canivetes. É quase que um “automático”.
Os canivetes de Abertura Assistida (AO) tem acionamento similar ao Manual, podendo ser através de Thumb Stud, Thumb Disc ou Flipper, por exemplo. A diferença está no mecanismo interno. Existe uma mola pré tensionada que, após certo curso de abertura com o dedão, a mola entra em ação e completa o movimento do usuário. Por isso o nome “assistida”, já que a mola não faz a abertura por si só, como no manual, mas dá uma assistência ao comando do usuário. É um meio termo entre o Automático e o Manual.
R. Trivia
Tem um detalhe nesse mecanismo de abertura, se o canivete não for de qualidade a mola com o desgaste pode parar de funcionar corretamente prejudicando não só a abertura. Vale lembrar também que podem ocorrer aberturas indesejadas do canivete, já que o canivete abre mais facilmente devido a essa assistência.
A abertura Automática, é a mais simples das aberturas, após acionar um botão que fica geralmente no corpo do canivete a lâmina sai rapidamente. A maior preocupação é novamente o acionamento involuntário dessa lâmina pelo simples toque, dessa maneira é mais sensato e seguro escolher canivetes que tenham dispositivos de trava. Para situações de emergência elas são excelentes principalmente para área operacional.
Com Canivetes Automáticos geralmente você precisa desfazer a empunhadura pra acionar na lateral, por isso não gosto. Além disso, corre o maior risco de abertura acidental.
R. Trivia
E por último a abertura Wave, a mais moderna do momento, que traz velocidade e praticidade no saque do canivete sem esforço do usuário.
O recurso de abertura de Wave é um mecanismo patenteado que permite ao usuário sacar rapidamente uma faca dobrável de seu bolso na posição aberta. Depois de dominar a sensação da extensão da wave você terá uma faca à mão em um movimento fluido, rápido e com uma mão.
Emerson Wave
Nessa abertura o usuário usa um gancho do dorso do canivete como alavanca para abrir sua lâmina.
Espaços confinados podem impedir a abertura do canivete, como dentro de um carro. É possível abrir parcialmente a lâmina em seu bolso se você não encaixá-la corretamente. Também é melhor manter esses tipos de facas em um bolso dedicado e mover as chaves para outro bolso. Além disso, você pode cortar qualquer pessoa que estiver atrás de você, como um ente querido que você está tentando proteger, porque você precisa puxar a faca para cima e para trás para que fique presa no seu bolso. E o tipo de calça que você usa pode afetar a abertura; jeans parecem ser os melhores, enquanto você pode obter resultados variados em outras calças com bolsos de formatos diferentes.
Além disso, os artistas marciais que gostam de usar a empunhadura filipina (polegar no máximo possível na espinha da lâmina) descobrirão que os ganchos e protuberâncias desse tipo de faca atrapalham, forçando você a usar uma empunhadura de Hammer ou de sabre.
Muitos sistemas tradicionais de armas afiadas começam com a faca em mãos. Inicialmente, tudo bem, mas você também deve ter a habilidade de colocar sua faca na luta rapidamente. Isso é particularmente importante com facas dobráveis, que são, por natureza, mais complicadas do que as lâminas fixas.
M. Janich
Fica claro que é essencial que o mecanismo de abertura pode ser feito com uma mão sem dificuldades, evitando o usuário de ter que ocupar as duas mãos para abrir o canivete. Em combates reais nem sempre as duas mãos estarão disponíveis, principalmente em lutas agarradas. Não esqueça disso!
Resumo
Carregar um canivete para Defesa Pessoal é uma responsabilidade com você mesmo e depois com os outros. É igual uma arma de fogo, exige cuidados a serem observados e disciplina. Toda a arma usada para o combate exige disciplina com consistência. Para ser proficiente no combate, você precisa de consistência no treinamento. Para manter a consistência, você precisa de disciplina.
O artigo é um horizonte sobre o mundo inesgotável do canivete, tem muitas coisas que poderíamos ter falado, tantos detalhes, informações, cada peculiaridade merece um artigo próprio. Entretanto, busquei ao máximo não desalinhar o foco e trazer as informações mais pertinentes. Deixo um agradecimento especial ao mestre Renato Trivia, que me ajudou nesse artigo com seu conhecimento valioso sobre os canivetes.
Até a próxima e obrigado!