Esse artigo é uma contribuição do leitor Willian dos Santos Silva, Bacharel em direito e aficionado por armas de fogo e suas histórias. O e-mail do autor para contato é. [email protected]
INTRODUÇÃO
A histórica arma de guerra AK-47 é uma das armas mais confiáveis já produzida. O seu projeto fora elaborado por Mikhail Kalachnikov durante a Segunda Guerra Mundial num leito de hospital, pois, o mesmo fora alvejado durante combate em outubro de 1941. Enquanto se recuperava das sequelas físicas, sua mente estava a todo vapor, Kalachnikov relatou que tinha uma fascínio pela “pistola-metralhadora” (o que hoje chamamos de sub-metralhadora) sonhava com uma arma maior que pudesse realizar o mesmo feito, devaneava a noite e desenhava pela manhã.
Após a saída do hospital o Sargento Mikhail Timofeievich Kalachnikov buscou aperfeiçoar seu projeto e criou um protótipo para apresentar as autoridades. Contudo, havia questionamentos a época se seria possível um ex-camponês de baixa patente militar, ser capaz de projetar um armamento de alto nível frente a projetistas da época.
INPIRAÇÃO
Toda criação tem um norte, a direção tomada para a elaboração do armamento foram os conceitos básico do projetista de armas Vassili Alekseievitch Dgatiarev, firmando sua base no fuzil M1 do engenheiro bélico canadense John Cantius Garand. Outro comentário era que a arma seria uma cópia da StG44 do projetista alemão Aleksêi Sudaiev, de veras está última possui semelhanças visual, contudo, os mecanismos internos são diferentes e a engenharia da AK é mais bem simplificada, com uma menor quantidade de peças.
Acredite se tratando de arma de fogo o menos é mais.
Crédito da imagem por ordem: Bid Mayo
Military-today.com
Department of Defense (Image Number: DM-ST-89-01131).
A APROVAÇÃO DO AK
O utilitário Avtomat Kalashnikov 1947 (AK-47), teve seu protótipo aceito em 1945, fora aperfeiçoado para que sua produção fosse de baixo custo, aprovado em 1947 na extinta União Soviética, modificado e austado por Kalashnikov na Fábrica de Motores Izhevk 524, tendo o modelo derradeiro foi lançado em 1950 com a contribuição de outros engenheiros, chamada internamente de AK- Modernizado (AKM) versão mais leve e tecnológica.
Os militares soviéticos tratava do assunto como se fosse segredo de Estado, não se podia falar do armamento em público, muito menos na presença de estrangeiros, as armas eram transportada em carro fechado e quando em mãos os combatentes há levavam numa espécie de bolsa. O jornalista Larray Kahaner traz em seu livro, AK-47 A Arma que Transformou a Guerra, que os militares eram instruídos a recolher os cartuchos deflagrados pra mantes a arma e a nova munição em secreto.
REPUTAÇÃO
A arma, basicamente, é composta por 8 grande peças de fácil desmontagem, manutenção simples e dois grandes diferenciais: o primeiro era a trava de segurança que funciona também como seletor, proporcionando o retardo no trancamento da câmara utilizando melhor a queima da munição. O segundo era o carregador em forma de banana, o formato ajuda a “pegada” pra poder inserir na arma e em ambiente de combate é de fácil localização, não sendo possível confundir com o carregador do inimigo.
Para além disso, a arma possuía fabricação de baixo custo sendo resistente em ambiente de agua e areia. Um detalhe importante é que a munição utilizada pelo AK-47 era 7,62 x 39mm enquanto a maioria utilizava 7,62 x 51mm; Perceba que a munição do AK é um pouco menos o que torna a arma mais leve e diminui um pouco o recuo pelo fato do cartucho possuir uma quantidade menor de pólvora. Além do mais, a parte adversaria não poderia utilizar sua munição contra os soviéticos.
Quando colocado em combate em 1956, na repressão a revolta húngara contra a URSS, surtiu o efeito desejado, fora o ponta pé inicial pra uma produção em maior escala, pois, o armamento chamou a atenção de grupos rebeldes inspirados nos comunistas. A credibilidade do AK veio à tona na Guerra do Vietnã onde se popularizou, sendo produzida por diversos países, inclusive a China. Esta situação fez com que grupos terroristas e antissociais adquirissem, foi assim no Afeganistão, na África, até chagar as favelas cariocas no Brasil.
O AK mudou padrões culturais, não é à toa que se faz presente na bandeira de Moçambique, a arma tornou-se moeda de troca no continente ocidental. O AK servia pra compra de gado, pra dote de casamento, chegando até a ser comercializado Pela bagatela de US$ 10,00.
ESPECIFICIDADE TECNICA
O Avtomat Kalashnikova de 1947 – daí o nome AK-47 possui dois modos de disparo, tiro a tiro e automático que pode chegar a 600 tiros por minuto. O projetil sai do cano acerca de 2,5 mil km/h, isso é possível devido ao sistema rotativo do ferrolho.
O detalhe é que o estojo só é ejetado quando o projetil está em via de sair, este retardo ocorre através de seu trancamento para, daí os gases não tem por onde expelir aproveitado o máximo da queima do cartucho, que direciona a expansão para o tubo paralelo.
Produção: Origem na Antiga URSS, produzido ainda na Rússia e China, Coreia do Norte, Romênia, Sérvia, Croácia, Romênia, Índia, Paquistão e vários outros.
Peso: 4,3 kg (carregada)
Tamanho: 870 mm de comprimento
Cano: 415 mm
Velocidade de saída: 700 á 715 m/s aproximadamente
Alcance: 300 m a 350 m(efetivo)
Carregador: 30 cartuchos (padrão) – Sendo possível carregadores de com capacidade pra 40 cartuchos e outros “estilo caracol” com capacidade de 75.
Na imagem Mikhail Kalachnikov Calibre: 7,62 x 39 mm
Crédito da Foto: Dima Korotayev
O REINADO DO AK CHEGOU AO FIM?
Quando se fala em fim do AK vem à mente a pessoa de Gennady Nikovat. Na década de 90, ele ganhou o concurso de projetista, afim de saber, quem forneceria o novo projeto das armas de assalto para o Exército Russo. Tal feito deixou Viktor, filho do criador da armas mais conhecida em todo o mundo, em se segundo lugar.
A segunda colocação, levantou rumores do fim da Era Kalashikov, isto posto, pelo fato, de a arma apresentada não possuir caraterística derivadas do AK. Assim sendo, a arma do Nikovat, o AN-94, tornou-se a arma do Infate Russo. O armamento possuía dois destaques importantes, o primeiro era que ao invés do disparo três a três; ao acionar a tecla do gatilho o disparo era dois a dois, isso fez com que o recuo do segundo disparo fosse diminuído a quase zero. O segundo ponto relevante era que custava cinco vezes mais pra produzi-lo comparado ao AK.
Na temática armamentista, estamos na Era Tatical, a cada dia que passa os revólveres e as pistolas em metal, vão sendo deixado de lado pra da espaço as armas em polímero. A pergunta que fica; Será que o AK capaz de resistir a isso? Bom! Falamos a respeito do avanço que a arma teve durante o período de sua criação, entretanto, atualmente nota-se que algumas melhorias teria que ser feitas do ponto de vista tático.
Um dos pontos mais rebatidos neste quesito é a chama na saída do cano quando o tiro é efetuado. A cada disparo a boca do cano emite uma chama em forma de estrela, inconfundível, facilmente notado entregando, assim, a localização do atirador.
Durante a guerra no Afeganistão, os soldados americanos utilizaram as armas de alguns rebelde, pois, em virtude das tempestades de areia seus fuzis começaram a falhar.
Toda via, tal feito foi criticado pelo superiores, e também, do pondo de vista estratégico era muito perigoso, pois, poderia ser confundido com os terroristas e serem mortos por algum atirador de precisão ou força amiga.
Restou a engenharia bélica atual reproduzir o armamento dando ênfase a transformar uma arma de guerrilheiro, em um armamento voltado ao operador especial. A missão permanece na Família AK, agora com os AK-12 e 15.
É perceptível a mudança visual, empunhadura anatomizada, coronha retrátil, trilho picatinny, luneta, quebra chama; Essas e outras mudanças deixaram a arma mais ergonômica e operacional. O fuzil manteve as caraterísticas marcantes do AK-47 e AK-74: simplicidade, confiabilidade, resistência e baixo custo pra sua produção. A distinção entre o AK-12 e AK-15 é o calibre ou tipo de cartucho como prefere alguns. O AK-15 usa cartuchos mais forte, de calibre de 7,62 x 39 mm (como o AK-103 e o AK-47).
O Ministério de Defesa Russa integrou o equipamento a tropa, o Consocio Kalashnikov nunca esteve tão vivo no jogo, cabe agora a Viktor Kopyttsev da continuidade no trabalho da família.
REFRERÊNCIA
BECK, Marcio. AK-47 A arma que não trai. São Paulo; Revista Historia Viva, 2014.
CAVALCANTE, Vinícius. Do canhão de mão ao fuzil de assalto; São Paulo; Revista Historia Viva, 2014.
LIMA, Eduardo Souza. Industria de sangue. São Paulo; Revista Historia Viva, 2014.
KAHANER, Larry. AK-47 A arma que transformou a guerra. Rio de Janeiro; Record, 2011.