“Eis meu lar, minha casa, meus amores.”
Nada resume melhor a importância do lar como a frase de Casimiro de Abreu (No lar, 1859), já que o lar é uma das coisas mais valiosas que se pode ter.
O lar é o oásis no deserto; é a proteção contra a inveja, a intriga, a maledicência, o azedume. É o refúgio contra as tolices típicas das frágeis relações. É o lugar onde se guardam as preciosidades da vida: a família, as lembranças e os sonhos. O lar é o santuário do homem e o local onde ele guarda sua privacidade. Decerto é o lugar onde também se guardam os objetos conquistados com o esforço do trabalho, incluindo seu acervo.
Com tamanho significado, a casa é o lugar mais sagrado e protegido que pode existir. Talvez esse seja o único conceito compartilhado por todos os seres humanos, considerando que até na prisão, o novo preso pede licença aos demais antes de entrar na cela. Se a regra funciona com indivíduos de espíritos e mentes elementares, também funciona com pessoas melhores.
A violência que um arrombador usa quando entra numa casa vazia é diferente do nível de violência daquele que força a entrada numa residência ocupada.
O gatuno talvez desista e fuja ao primeiro sinal de presença humana. Já quem invade uma casa habitada está mais que disposto a usar toda a maldade para conseguir o que quer. Numa situação assim o aumento no grau de violência é apenas uma questão de capricho pessoal, sadismo e um pouco mais de pressão no gatilho da arma. E algo planejado para ser um simples assalto pode se tornar uma sessão de tortura, abuso e morte.
Você é CAC e/ou policial?
E quanto à casa de um policial, colecionador, atirador esportivo ou caçador (CAC)? É tudo isso e mais, pois é a fortaleza que o separa e protege contra seus inimigos. É o local onde ele pode finalmente experimentar a merecida paz, certo!? Parece que não!
Na noite de 3 de janeiro de 2013, dois homens foram baleados após invadirem a casa de um policial. Ele estava no escritório quando a esposa chegou do trabalho. Ela estacionou o carro na garagem, abriu a porta da sala, entrou e acionou o controle remoto para fechar o portão. Enquanto o portão era fechado, o policial ouviu um barulho forte vindo da garagem e o grito da esposa. Por ser experiente e perspicaz, ele logo deduziu tratar-se de um assalto. Ele pegou a arma e seguiu em direção à sala. O policial visualizou os dois assaltantes armados com revólveres, no instante em que o primeiro apontava a arma para a sua esposa.
Corrida da morte
Assim que os projéteis .45 ACP Hydra-Shok começaram a voar pela sala a uma velocidade de 987 km/h, os criminosos abriram uma fuga desesperada, que chamo de CORRIDA DA MORTE (quando deixam para trás bonés, carteiras, armas, chinelos, comparsas). Os assaltantes correram para a garagem, mas o portão já estava fechado. Eles escalaram um muro alto e arrebentaram a cerca eletrificada.
O jornal local informou que “após um cerco na região, policiais interceptaram um veículo com outros três suspeitos que teriam auxiliado no crime e no socorro aos baleados. O primeiro criminoso foi atingido no olho esquerdo, mão direita e cotovelo esquerdo. O outro foi baleado nos dois braços.”
Os dois estão vivos e se recuperaram dos ferimentos na cadeia. Ao ser perguntado por que invadiu a casa de um policial, o criminoso cego disse: “Sou bandido, mas não sou burro! Dei mole, entrei na casa errada, na casa de um ‘cana’ bravo!”
Outro policial disse que quando criminosos trazem o caos para sua vida, você deve retribuir do mesmo modo. É aí que a caça vira o caçador!
O colega não cometeu qualquer erro, apesar da taxa de acerto ruim, compatível com o estresse. Ao ouvir o barulho e o grito da esposa, ele imediatamente deduziu que era um assalto e agiu antes que fosse rendido. Ele fez a única coisa viável naquele momento: disparou sua arma até se livrar do perigo. Se ele não acreditasse no perigo, se fosse obediente e tentasse negociar, certamente a notícia seria outra.
O que você precisa fazer sempre
Agora adivinhe onde estava a arma do policial enquanto ele estava no escritório? AO ALCANCE DAS MÃOS. Milhares de policiais quando chegam em casa se livram do peso que representa a arma, o coldre, o carregador, o canivete, a lanterna e a carteira. É como se o interruptor do estado de alerta e da prontidão fosse desligado justo no lugar mais sagrado: o lar.
Então você precisa enxergar a sua casa através dos olhos do criminoso. Muitas vezes você torna o trabalho do bandido mais fácil, já que ele nem precisa usar a força para entrar – ele apenas entra uma porta ou janela aberta. Sempre que você está num lugar familiar, a impressão é de total segurança. Isso acontece na delegacia, no quartel, dentro da viatura, do carro e em casa. Só que isso é uma ilusão, pois ninguém está 100% seguro em todas as ocasiões. Portanto, fique alerta e pronto, tranque sua casa o mais rápido que puder SEMPRE e mantenha sua arma à mão nos momentos que considera mais críticos (enquanto dorme, está sozinho ou espera alguém chegar).