Quantas vezes foi ao estande atirar num alvo de papel? Eu tenho aproximadamente duas décadas em treinamento com armas de fogo e já presenciei algumas experiências bizarras e outras nem tanto no treinamento em estande. Já atirei em melancias, latas, alvos de silhuetas, balões, tijolos, bonecos manequins, camisas, coldre e carros… muitos carros.
Talvez você acredite que um alvo é apenas um alvo e que tiro é apenas tiro, basta apontar uma arma e puxar o gatilho. Se você pensa desta forma, então eu posso lhe afirmar que sou capaz de treinar um chimpanzé a fazer a mesma coisa que você é capaz de fazer, me dê um dia e duzentas munições e teremos um chimpanzé no melhor estilo “Planeta dos Macacos – O Filme”.
Se você ficou chocado, então sente-se e leia com atenção as dicas que irão mudar a sua forma de treinar e te tornarão mais rápido, mais efetivo e mais letal com uma arma de fogo durante um confronto armado em que a sua vida está em jogo.
Existem algumas máximas do combate, dentre elas a que “você nunca SOBE ao nível do seu CONHECIMENTO, mas DESCE ao nível do seu TREINAMENTO.” Confrontos armados em sua maioria são repentinos, violentos e de curta duração, sendo assim você não consegue prever com antecedência hora e local, e durante o evento você tem poucos segundos para resolver um problema que irá definir o rumo da sua vida, se você sobreviver a ele. Tudo isso acontece sob a influência de fatores psicológicos, fisiológicos e motores, basicamente uma resposta automática do seu Sistema Nervoso Simpático (mecanismo de sobrevivência) que ativa nossas respostas de LUTA ou FUGA e nos torna “mais fortes, mais rápidos e mais burros”, estamos respondendo a uma programação natural que servia para LUTAR CONTRA GRANDES PREDADORES a milhares de anos atrás, não para manusear uma arma de fogo com um “galão de adrenalina circulando no seu corpo”.
Na Segunda Guerra Mundial foi observado que apenas 20% dos combatentes americanos engajaram-se buscando baixas dos soldados inimigos, na Guerra da Coréia esse percentual subiu para 55% e no Vietnã para 95% (dados citados no Livro Matar! Autor Dave Grossman). Estamos chegando aos chimpanzés…
Esperandio onde está a parte do “Treinar igual a um Chimpanzé”?
Na Segunda Guerra Mundial foi observado que apenas 20% dos combatentes americanos engajaram-se buscando baixas dos soldados inimigos, na Guerra da Coréia esse percentual subiu para 55% e no Vietnã para 95% (dados citados no Livro Matar! Autor Dave Grossman). Estamos chegando aos chimpanzés…
Como os Americanos conseguiram melhorar a efetividade dos combatentes durante a evolução dos conflitos e de que maneira eu posso utilizar esta estratégia nos meus treinamentos?
A dinâmica moderna do treinamento com armas de fogo remonta o final da Primeira Guerra Mundial quando os ingleses iniciaram o treinamento com disparos reais e manobras em campo buscando tornar as simulações mais próximas do combate real. Logo depois percebeu-se que alterações na METODOLOGIA DE TREINAMENTO a partir de conceitos da Psicologia baseados na Escola Behavorista, em especial ao CONDICIONAMENTO CLÁSSICO de Ivan Pavlov e CONDICIONAMENTO OPERANTE de B. F. Skinner que impulsionaram as técnicas de ENGENHARIA COMPORTAMENTAL, ou técnicas de modificação de comportamento.
A Aprendizagem é essencialmente adaptativa, desta forma a maneira de moldar comportamentos e respostas condicionadas pode ser obtida através do treinamento. Quando substituímos os alvos de silhueta comum(silhueta colt) por alvos gráficos(fotos de pessoas) ou tridimensionais(manequins, camisas, caixas de papelão em formato humanóide), bem como alvos reativos(silhuetas metálicas, alvos móveis), conseguimos criar uma nova concepção de treinamento por conta dos estímulos gerados no aluno.
Nosso cérebro trabalha com analogias, associações e atalhos mentais que visam economizar energia e orçamento cognitivo em situações onde sua atenção e foco são divididos em tarefas simultâneas e complexas. Um confronto armado é uma TAREFA EXTREMAMENTE COMPLEXA e exige que você desempenhe habilidades a um nível de performance surpreendente para que possa executar micro-tarefas envolvidas no combate como: sacar a sua arma, deslocar, usar o sistema de pontaria, buscar a ameaça visualmente, encontrar novas ameaças, identificar ameaças, resolver panes.
Nosso cérebro trabalha com analogias, associações e atalhos mentais que visam economizar energia e orçamento cognitivo em situações onde sua atenção e foco são divididos em tarefas simultâneas e complexas. Um confronto armado é uma TAREFA EXTREMAMENTE COMPLEXA e exige que você desempenhe habilidades a um nível de performance surpreendente para que possa executar micro-tarefas envolvidas no combate como: sacar a sua arma, deslocar, usar o sistema de pontaria, buscar a ameaça visualmente, encontrar novas ameaças, identificar ameaças, resolver panes.
Como um alvo de papel me torna uma máquina efetiva de sobrevivência em combate?
TROQUE OS ALVOS! Seu Cérebro precisa gerar uma conexão, um “gatilho”, entre a ação de sacar a arma e responder a uma ameaça armada. A melhor forma de criar esta conexão é familiarizando o seu cérebro a sua ameaça, desta forma uma mera silhueta é apenas uma silhueta, enquanto um alvo gráfico com uma figura de um marginal apontando uma arma na sua direção desenvolve estas conexões. Na rua você provavelmente irá encontrar um homem apontando uma arma na sua direção enquanto lhe ameaça ou causa dano a sua integridade física. Lembre-se que você não vai treinar apenas para ficar mais rápido e mais preciso, mas para quebrar filtros mentais(negação) e tornar as suas respostas perceptivas do cenário mais velozes e precisas. Será que aquilo é uma arma de fogo? Esse cara é um marginal ou eu estou sonhando? A Suprema Corte Americana na década de 80 tornou obrigatório de alvos com formas humanas nos treinamentos policiais a fim de melhorar a tomada de decisão dos seus policiais em frente a ameaças armadas.
Na ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT implementamos este conceito desde o início de nossos treinamentos, porém alcançamos a maestria na nossa terceira geração de alvos. Configuramos um alvo que atende a nossa demanda de Drills(exercícios) e entra em sintonia com a APRENDIZAGEM INSTRUMENTAL de forma a condicionar respostas de sobrevivência desejadas num evento repentino e violento. Fazendo isso conseguimos que o nosso aluno treine com um estímulo discriminativo(ameaça armada) e assuma um comportamento de sobrevivência ou combate diante do treinamento simulado ou baseado na realidade. Lembre-se que uma silhueta pode ser um borrão ou um vulto, numa situação de baixa luminosidade você não gostaria de balear o seu filho que estava na “forma do vulto”.
Treinar com INTELIGÊNCIA te coloca num nível acima de performance e eleva o seu nível a fatores cognitivos, emocionais e motoras que aumentam a sua chance de vitória. Você não é um Chimpanzé então para de se comportar como um!