Há muito tem se falado da Beretta APX, isso porque ela está se tornando o padrão entre as forças de segurança de vários estados.
Mas na mesma velocidade em que ela vem sendo adotada, recebe críticas e elogios.
A versão destinada às forças de segurança no Brasil recebeu modificações de fábrica para atender as exigências dos órgãos reguladores.
Pelo motivo de que existe uma diferenciação entre o uso civil e institucional das armas.
Em geral as armas institucionais precisam circular com munições específicas, ter gatilhos normalmente mais pesados, além de dispositivos de segurança diferenciados.
Isso quer dizer que é um problema? Claro que não!
Entretanto essas armas tem um viés específico de uso, ou seja, irão ciclar com munições distintas.
Aqui cabe uma diferenciação: as armas que estão vindo para o mercado civil, principalmente da Itália pela ASCGUNS, são diferentes das institucionais.
Tivemos a oportunidade de testar essas versões que chegaram ao mercado, com as mais variadas munições e não tivemos nenhuma pane ou falha, mesmo com munição recarregada.
Não tive a oportunidade de testar a versão que está chegando para as instituições de segurança, mas os relatos de panes são normalmente associados ao uso de munições recarregadas ou de treino como a NTA NTA (Non Toxic Trentin) – tipo de munição não tóxica para treinos. Lembrando que tais pistolas passam por testes rigorosos para passar pelo processo licitatório.
Deixando esses pontos polêmicos de lado, vamos falar um pouco sobre as características da pistola Beretta APX Full Size.
Ela tem um design bem interessante. Com protuberâncias significativas no ferrolho permitindo um fácil manuseio.
Sua empunhadura é texturizada, e na versão Full vem com recortes para os dedos na empunhadura, o que para algumas pessoas isso é excelente, já que permite uma pegada mais firme.
A ergonomia da versão Centurion é diferente, sem a presença dos recortes para dedos.
Ambas as versões têm Backstraps (talas) intercambiáveis na parte traseira, facilitando a adequação dos equipamentos a mãos maiores ou menores.
O gatilho tem um curso relativamente longo, bem similar a outras Strick Fires.
Mas ainda sai em vantagem se compararmos a uma Glock de fábrica, por exemplo, com uma quebra mais aparente e um reset pouco mais curto.
A usinagem das peças é impecável, como já separado de uma fabricante tão tradicional quanto a Beretta.
Internamente a arma lembra bastante sua concorrente austríaca em algumas partes. Mas se diferencia em outros mecanismos, como por exemplo a posição e tamanho da trava de queda, além do próprio percursor que é diferente.
Como esperado, ambas as armas não tem peças intercambiáveis.
Outro ponto muito positivo é o carregador, com capacidade de 17 munições. Na versão Full ele tem sua camada externa em metal, retenção bem positiva.
A parte superior é bem pontiaguda por assim dizer, facilitando a inserção “às cegas” na arma.
A ejeção do carregador é bem positiva, em condições normais não foi necessário puxar o carregador para o mesmo sair, ele foi ejetado mesmo vazio sem grandes dificuldades e até na posição horizontal.
Conclusão.
Mesmo com críticas, a adoção da plataforma APX é extremamente positiva.
Teremos dificuldades iniciais de adaptação, instrução e casamento do conjunto Arma + Munição. Mas em termos gerais é um baita avanço comparado a maioria dos equipamentos que as instituições utilizavam.
Para o mercado civil se torna uma opção excelente, com confiabilidade, peças sobressalentes e assistência por todo o Brasil.
A qualidade da fabricante é indiscutível e com certeza veremos avanços nessa plataforma aqui nas terras Brasileiras nos próximos anos.