Por anos a indústria vem aperfeiçoando os armamentos de competição, como objetivo se busca maior precisão, velocidade e capacidade de munições. Mas não seriam justamente essas características que buscamos também para a defesa residencial?
Claro que sim! Na defesa residencial o objetivo é sempre ter vantagem sobre o agressor, tanto no elemento surpresa, como na estratégia e equipamentos. Então por que não usamos armas voltadas à competição para a defesa residencial? Simples: a maioria das armas de competição tem seus mecanismos de segurança modificados, para evitar panes e a perda de uma pista ou um ponto.
Entretanto, existem armas voltadas ao uso competitivo, que têm todos os mecanismos de segurança e portanto, podem ser utilizadas para o uso na defesa residencial. Esse tema veio à tona em uma palestra do nosso autor Luciano Lara, do Beabá-do-tiro, durante o W2C. Na palestra sobre legítima defesa armada, o autor falou sobre a XDM ELITE OSP da Springfield, uma arma em teoria bem preparada para a competição, mas que seria a próxima escolha dele.
Isso por que a arma tem em suas características: carregadores de 20 munições, funil que facilita a troca de carregadores, gatilho flat com alívio (chamado de META pela fabricante, além de trilho para a lanterna e recorte para red dot. Realmente um pacote bem completo.
Nos Estados Unidos também vemos esses movimentos, algumas armas mais voltadas à competição estão dando as caras na defesa residencial. Um exemplo são as carícias Staccatto (antiga STI), as ZEV OZ9 e recentemente começou a venda das Springfield-Armory Prodigy na plataforma 2011. Todas em teoria originalmente criadas para as pistas.
Existem pontos a favor e contrários a esse uso, normalmente pistolas preparadas são maiores do que suas contrapartes voltadas à defesa e porte. Entretanto devemos lembrar que é semelhante aos martelos, com diferentes tipos, pesos e tamanhos. As armas também tem variações, e da mesma forma que os martelos temos que saber qual é a ideal para cada situação (missão).
Por exemplo, uma pistola micro-compacta como a Hellcat ou a Glock 43X são ideais para o porte velado. São pequenas, sem cantos vivos proeminentes e mesmo com o coldre elas são minúsculas, o que auxilia o porte velado. Agora tente colocar uma lanterna com grande potência ou um carregador de 20 munições para elas, a coisa complica. É inegável que a Hellcat vai cumprir melhor a missão do porte velado, mas uma XDM Elite OSP vai ser melhor de atirar na pista e na defesa residencial.
Existem outros modelos de escolha, muita gente busca uma arma coringa. Algo que possa ser usado para tudo. Nesse caso já se prepare para abrir mão de algumas coisas.
Como no exemplo do martelo, um martelo comum será muito bom pra muita coisa. Mas tente fazer um serviço detalhado de entalhes com ele ou mesmo quebrar uma parede, por exemplo, não rola né.
Nesse caso, priorize o que você usará mais. Por exemplo: vou portar ela uma a duas vezes por mês para ir ao clube, e todos os dias ela estará na minha cabeceira, e comigo para a defesa da minha casa. Nesse modelo é mais indicado comprar o que se encaixa com a tarefa que você irá fazer mais.
Outro exemplo é a pessoa que tem porte federal, portará a arma todos os dias ininterruptamente e precisa de conforto, a Hellcat ou a Glock G 43X já se encaixam muito melhor nessa missão. Outra opção é usar pistolas um pouco maiores, mas com mais mais opções de acessórios, como a XDM Elite (versão de 3,5”) ou por exemplo uma Masada, Glock 19 ou uma outra compacta, por exemplo.
Escolher uma arma é uma tarefa que deve ser feita de forma consciente, levando-se em conta a realidade do usuário, lembre-se que a missão varia de pessoa para pessoa, além de que gostos pessoais também devem ser levados em conta. Tem muita gente que prefere uma plataforma pela familiaridade e isso não é um problema.