Décadas passam e fazem algumas tendências permanecerem.
Dentre as inúmeras disciplinas levadas a cabo pelas Forças de Segurança Pública e Militares, o Assalto a Edificações e os Cumprimentos de Medidas e Mandados Judiciais em Edificações merecem muita atenção.
O primeiro fator a ser destacado é exatamente o que nos mostra que o conteúdo é multidisciplinar, o que por si só já expõe uma maior complexidade e demanda de estudo, treino, atenção e repetição (“rotinização”).
A atividade, se levada a sério, requer especialização.
Além disso, a divisão em diversas fases e momentos é também algo que merece mais um destaque. Vamos fazer menção a um esboço, já que os históricos evolutivos de cada Força podem divergir em dicções e conteúdo, a saber:
– Informações preliminares (oriundas ou não da investigação);
– Levantamentos;
– Planejamento do reconhecimento;
– Reconhecimento remoto (que se divide no realizado por meios eletrônicos e os que demandam recursos humanos e equipamentos/instrumentos especializados);
– Reconhecimento propriamente dito;
– Planejamento da missão;
– Reunião preliminar (“briefing”);
– Inserção;
– Envelopamento/cerco;
– Esclarecimento e infiltração com aproximação final;
– Posicionamento para abertura de vias de ingresso;
– Abertura de vias/arrombamento/demolição;
– Varreduras e progressões internas;
– Tomada completa e anúncio;
– Estabelecimento de perímetro e ou exfiltração, de acordo com o evento;
– Buscas internas (se for o caso);
– Preparação para retirada e retorno à área segura;
– Reunião posterior (“debriefing”).
Destarte, tendo-se em vista o rol, em números abertos, percebe-se a maior necessidade de aprofundamento e envolvimento para melhor entendimento. Cada item pode ser transformado em um livro.
Fato é que, também, aproveitando o recém ocorrido no caso da honrosa Força de Segurança envolvida num cumprimento de uma ordem judicial da Suprema Corte Brasileira, Servidores Públicos Policiais que merecem todo o nosso respeito, parecem ter sido recebidos a tiros.
Sabe-se também, antes que se esqueça da lei, que a vontade da Administração Pública é decorrente de lei, não dependendo apenas de vontades e diretrizes pessoais, ainda que calçadas em bom senso e por vezes mais prudentes, evoluídas e protetoras.
Continuando, oportuno se faz apenas destacar, no intuito de sempre poder colaborar de alguma forma com as Dignas Forças de Segurança e Militares, que as estatísticas devem sempre ser lembradas.
Por tudo que lemos e pesquisamos, no contexto interno e externo ao país, mas em atividades siamesas, três “momentos” merecem ainda mais atenção, sendo eles:
– A aproximação final com o posicionamento para o anúncio (se for o caso e a exigência legal, mas independentemente disso);
– A abertura da via (primeiro obstáculo) para ingressar nos limites da área com as adjacências (via pública, prolongamentos rurais etc.) e;
– Abertura da via principal já para o ingresso à edificação.
A atenção retro mencionada se liga diretamente a estatísticas sobre morte, ferimentos com tiro, incluindo os com danos permanentes e lesões graves em transposições de obstáculos, seja por falta de equipamentos ou, na maioria das vezes, falta de procedimentos e desconhecimento dos meandros da atividade.
Com tudo isso em vista, ressaltamos ainda mais a importância das duas maiores habilidades e habilitações que não podem prescindir da atividade Policial e seus Planos de Treinamento Continuado (mormente inexistentes), Atendimento Pré-Hospitalar Tático/Policial e Armamento e Tiro.
Segue link com conteúdo valioso para missão de tentativa de captura e prisão de El Chapo, narcoterrorista internacional. Membros da Marinha mexicana realizaram a missão, que na origem caberia às Forças de Segurança, afastadas da execução por questões estratégicas e outras mais. Vale o destaque para o que se vê logo no início da missão, nas fases em que destacamos, um dos Combatentes foi atingido. Segue o socorro e a missão (mais um rico assunto atinente aos meandros do TCCC e do APHT!!!
Outro clássico ilustrativo pode ser retirado da Operação dos Comandos de Israel para o resgate dos reféns do voo 139 da Air France, na década de 70. Um dos Oficiais que estavam liderando a missão (literalmente, já que os oficiais de Israel vão na frente da tropa) foi atingido no “pátio do aeroporto”, antes ainda da entrada na edificação. Por obvio, se tratou de ação típica de comandos, das exemplares Forças de Defesa de Israel.
Segue link com documentário da National Geographic sobre o Incidente de Entebe: