Oi, gente!
Pegando o “fio da meada” do meu último artigo quando fiquei sabendo o quanto minha pistola Imbel é um Frankenstein de tão mexida, pensei em comentar com vocês sobre uma categoria do meu esporte IPSC que é justamente ao contrário, quando as armas qualificadas para tal devem ser originais de fábrica, ou seja, sem alterações.
As armas na categoria Production devem ser de ação dupla, isso significa o tipo de ação mecânica responsável pela ativação do sistema de gatilho.
Quando o atirador aciona o gatilho no primeiro disparo, acontece o movimento de levantar o cão e com a continuidade do acionamento, o mesmo faz o movimento ao contrário que baterá na espoleta provocando o disparo do projétil. Assim, na ação dupla, o cão faz dois movimentos, um de recuo e o outro de aproximação da espoleta.
A diferença entre a ação simples, que é o caso da minha arma, é a metade deste movimento; o cão já está na parte mais distante e somente fará o movimento de aproximação até bater na espoleta e efetuar o disparo.
As regras do IPSC podem ser resumidas basicamente buscando a segurança.
O atirador quando em competição, só pode mexer na sua arma nas áreas de segurança que são bem sinalizadas, porém, sem munições consigo ou no momento da pista, quando o Range Officer (árbitro) der o comando de que ele pode preparar a sua arma para fazer a pista (“load and make ready” quando a pista deve começar com a arma carregada ou “make ready”, quando inicia com a arma vazia).
Neste momento de preparação para inicio da pista de tiro, no meu caso com arma de ação simples, puxo o ferrolho para trás colocando uma munição na câmara deixando a arma pronta para atirar, travo a arma em um botão específico para isso e espero o sinal sonoro para começar a pista.
Os de ação dupla, puxam o ferrolho para trás alimentando a câmara depois baixam o cão, geralmente utilizando um dispositivo que serve para o “Decocking”, que dependendo do modelo da arma, possui ou não, e o que eu acho mais interessante neste caso é que o primeiro tiro em ação dupla é sempre mais pesado.
Você já atirou com as duas ações e percebe também essa diferença?
Os calibres mais utilizados nesta categoria são 9x19mm, .38 Super Auto, . 40 S&W e .45 ACP.
Segundo a Confederação Brasileira de Tiro Prático (cbtp.org.br) no ano de 2018 fizeram um teste com uma nova Divisão, a Production Optics que são armas que já vem de fábrica com uma mira óptica no lugar da alça de mira, porém, como essa nova divisão não é de acordo com as regras do IPSC, não tem reconhecimento pela instituição, nesse caso a Confederação não teria nem a premiação para quem quisesse disputar nesta categoria. Esta divisão continua em plena atividade até hoje.
Para encerrarmos o assunto, pensei em dar uma pincelada nas outras categorias que existem no IPSC, lembrando que eu atiro na .380 Light Damas e participo somente de arma curta (handgun), já que no mesmo esporte vemos a disputa com as armas longas também.
As divisões são separadas de acordo com o tipo de arma do atirador, vejam só:
Open: as armas não tem limite de modificações e o calibre mais utilizado é o .38 Super e 9x19mm.
Standard: as armas podem contar pequenas modificações, mas devem caber dentro do padrão de uma caixa de 225mm x 150mm x 45mm e com o carregador inserido. Os calibres normalmente utilizados são .40S&W e .45ACP.
Production vocês já sabem.
Revólver: as armas devem ser originais de fábrica, com cilindro de 6 tiros no máximo e cano de até 150mm (6″). Os calibres normalmente utilizados são .38SPL e .45ACP.
Classic: as pistolas são monofilares modelo 1911, com poucas alterações permitidas. Os calibres mais utilizados são .40S&W e .45ACP.
Light: as armas devem ser de calibre .380 ACP e o fator menor de 85. Esta divisão só existe no Brasil e seguem as mesmas regras da categoria Standard.
Bom pessoal, por hoje é isso! Espero que no próximo artigo eu tenha boas notícias sobre o Campeonato Catarinense de IPSC, já que depois de todos esses meses parado devido a pandemia, voltamos!
Até lá!