Perseu é a minha pistola calibre .380 ACP, fabricada pela Imbel, derivada da Colt M1911com dimensões reduzidas para melhor portabilidade. Ela é de funcionamento semiautomático e ação simples com carregador bifilar 17 +1 ou 19 + 1 com prolongador.
Alguém mais por aí tem o hábito de dar nomes às coisas?!
No artigo de hoje decidi escrever sobre isso porque é muito comum toda vez que eu posto nas redes sociais meus vídeos atirando, alguém perguntar que arma é aquela, qual o calibre, o que já foi mexido… enfim.
Essa Imbel foi comprada por um também sócio do Clube.38, o Sr. Ademir Floriano por volta do ano de 2003 e o interessante é que essa arma foi a última edição em Inox da Imbel, original de fábrica. O Sr. Ademir conta que essa Imbel era de Inox fosco e ele próprio aliviou um pouco o gatilho, como já fez com outras das suas armas da mesma marca.
No ano de 2006, o próximo dono foi o Felipe Borges, quando iniciou no mundo das competições de tiro. Para quem conhece essas pessoas que estou citando no post, sabe o quanto são excelentes atiradores.
Felipe conta, que com o auxílio de quem viraria meu treinador, o Heduard Carlos da Silva, mexeu bastante na arma, tornando-a mais competitiva.
Foi comprado mais um carregador de cromo duro polido, além dos 3 que já acompanhavam a arma, comprados bumpers para os carregadores, foi colocado funil, aliviado o gatilho ainda mais e uma guia de mola de aço inox. O Felipe competiu com essa arma nos anos de 2006, 2007 e 2008, depois mudou para a Divisão Standard com uma também Imbel, mas .40.
Finalmente chega às mãos do terceiro proprietário, o Heduard.
Se já não bastasse as modificações citadas a cima, ele deu um jeito de melhorar o que já era bom. Trocou algumas peças, ajustou outras, enfim… Heduard é armeiro também, além de amigo dos melhores “modificares” de armas que eu conheço, o Zeca Simões da Steel Custom e o Carlos, da Visão Custom, que influenciaram nessa “turbinada”. Na breve entrevista que fiz com ele, fiquei surpresa do quanto meu Perseu é um Frankenstein, gente!
Ah, e não posso esquecer que além de toda essa parte técnica de peças, a “lindeza” que foi polir o ferrolho de Inox que era fosco de fábrica.
Além dos seus vários títulos nos Campeonatos Brasileiro e Estadual de IPSC, o Heduard formou excelentes campeões que iniciaram com esta arma, valendo aqui a lembrança do Eduardo Selva que foi Campeão Junior na sua primeira prova com 12 anos em Curitiba, isso há 12 anos.
Pronto! Cheguei na parada! Tudo o que eu aprendi há 10 anos sobre tiro, foi com essa arma.
E sabe o que mais eu fiz quando comprei? Aprendi a desmontar para limpar!! Pra quem tem uma Imbel e já desmontou uma Glock por exemplo, sabe que não é tão simples.
A pretensão do artigo de hoje é mostrar a minha visão do esporte. Muitas vezes o atirador se frustra por não conseguir os resultados desejados. Pode ser que não possua equipamento adequado. Outras vezes, a pessoa tem a arma mais cara de todas, os equipamentos mais avançados, mas frequenta poucas vezes por ano o Clube de Tiro e quer atirar melhor do que o outro que treina até em seco (sem munição) em casa.
Assim como no treinamento físico, o tripé para obter resultados é dieta, treino e descanso. No tiro esportivo também é isso: Treinamento, equipamento e controle emocional.
Até a próxima!