Esse texto representa uma opinião do autor e não representa a opinião dos demais autores ou do portal em si.
Ontem tive a oportunidade de assistir o documentário “O Dilema das Redes” disponível no Netflix. As informações contidas não me deixaram espantado ou revoltado como a maioria das pessoas que assistem tal documentário, a anos trabalho com vendas e infelizmente nesse segmento temos de usar tais características do mercado para nos mantermos vivos em um ambiente cada vez mais digital.
Mas alguns aspectos interessantes me chamaram atenção e me criaram algumas realizações envolvendo o artigo do nosso autor Fabricio Rebelo para o portal Senso incomum. O qual retrata a quase censura de seu artigo originalmente publicado no CEPEDES sobre a correlação negativa entre número de armas e mortes por armas de fogo. E isso me chamou atenção em relação a uma dinâmica que pode acabar por auxiliar na restrição das armas de fogo ainda mias no longo prazo.
Basicamente o que o documentário trata é de que a Inteligência Artificial (IA) das redes sociais tem por base duas coisas: Entregar ao usuário uma experiência de uso de que ele se sinta compelido e maximizar o tempo de uso desse usuário na plataforma.
Ao entregar a experiência de uso que agrade a IA vai modelando com uso de dados de acesso o perfil do usuário. Fazendo cada vez mais previsões do que aquele usuário ira querer ter acesso a seguir. Isso é importante por que faz com que o conteúdo exposto aquela pessoa seja cada vez mais do agrado dessa pessoa. Vamos dizer que você goste de armas de fogo e foi no Youtube ver alguns vídeos sobre alguma arma, o Youtube vai entender o seu gosto e mostrar mais e mais conteúdos sobre esse assunto. Com limitações nesse caso específico, mas continuará mostrando para reter você dentro da plataforma.
E em segundo a maximização do tempo do usuário dentro da plataforma, isso não por que ele quer que você veja mais conteúdo, mas por que dá mais oportunidades de exibir anúncios e assim a rede social ganha dinheiro. Até aqui nada de errado, As redes sociais são negócios e nada mais justo do que ganharem dinheiro com isso.
O problema realmente mora na forma em que a Inteligência Artificial e as restrições trabalham. Polarizando cada vez mais as informações exibidas. Para a IA o importante é manter você conectado e como ele não tem só você como usuário ele fica analisando você e todos os demais para achar conteúdos relacionados a que ele possa exibir e isso leva a “caminhos de conteúdo” que não necessariamente são os mais adequados.
Isso é extremamente importante quando o assunto está relacionado as armas de fogo, seu uso, treinamento ou políticas relacionadas a esse assunto. Isso por que devido as interferências estatais (não somente no Brasil) existem regras que proíbem a divulgação paga desse tipo de conteúdo. As fabricantes não podem fazer anúncios pagos nas mídias sociais e portanto a IA que comanda esses “caminhos de conteúdo” não mostram conteúdos relacionados as armas, treinamento e políticas pro-armas. Isso é bem explicito em plataformas como o Instagram, onde mesmo que você curta e poste apenas fotos sobre armas, se você entrar na busca (lupa) as sugestões que aparecem abaixo são raramente relacionadas as armas de fogo.
Devido a essa polarização de conteúdos e a restrição nesse tipo de informação é uma tendência a que as opiniões contrárias as armas de fogo acabem por ser mais divulgadas aos usuários.
E isso tem relação ao artigo do Autor Fabricio Rebelo por um fator extra. Devido a essa polarização de informações e uma tendência cada vez maior ao distanciamento entre as opiniões de ambos os lados do espectro político foi instituído o uso de organizações para que as mesmas verifiquem o conteúdo postado e deem parecer se o mesmo é ou não uma Fake News, ou seja uma mentira. O artigo do Autor foi considerado Fake News, mesmo tendo usado dados científicos disponíveis ao acesso de todos, o argumento da agência de verificação: uma “opinião” sem embasamento científico de uma ONG contraria ao armamento da população.
Com essa tendencia a não exibição ou restrição de conteúdo pró-armamento e uma super exposição de conteúdo de opinião contrário, além de uma tendenciosidade política das agências de checagem fica claro uma possível tendencia a uma parcialidade contrária as armas. Tendencia que pode futuramente restringir nosso acesso as armas. E se você é policial e acha que isso não afetaria você, lembre como era seu acesso as armas antes dos decretos dos CACs e agora, mesmo não sendo CAC o acesso a fuzis e demais armas foi ampliado a todos os profissionais da segurança, com processos mais facilitados.
Mas como podemos evitar algo desse tamanho? Deletando as contas de redes sociais e voltando ao passado? Acredito que não, caso isso ocorra o nosso reduzido acesso a informação e divulgação ficariam ainda mais prejudicados. Fica claro que mesmo em uma balança desigual ainda somos beneficiados pela simples presença das ferramentas.
Precisamos entretanto nos unir. Existe uma tendencia, principalmente no Brasil, de termos diversas pessoas dentro desse “universo do Tiro” que cada uma puxa pra um lado. Falando mal uns dos outros e como diria o grande Bene Barbosa “ Atirador não dá nem pra colocar numa mesa de bar que já da discussão”. Precisamos nos espelhar um pouco mais nos americanos, que mesmo cheios de defeitos tendem a se unir em detrimento de uma causa comum. A casos de vários influenciadores digitais lá que não podem nem ficar em um mesmo cômodo, mas que se recusam a falar mal do outro em público. Com raras excessões. Isso faz com que as vozes se multipliquem.
Outra coisa é a divulgação interna. Conheceu um canal novo, um instagram, um grupo do telegram ou whats novo sobre armas, divulgue! Se as redes não apresentam tais grupos e páginas aos nossos então tomamos isso em nossas mãos e divulgamos. Por isso no grupo do telegram do InfoArmas por exemplo é permitido a divulgação de conteúdos de outros autores de fora.
Viu algum erro ou algo que não concorda com o autor? mande uma mensagem em privado a ele, veja se talvez a sua opinião não está errada. Isso infelizmente é muito comum, tendemos a querer impor nossas opiniões aos demais, caso não concorde, melhor as vezes ficar quieto e engolir o sapo a puxar briga e acabar por piorar a situação das armas no país. Todos erramos, independente de qual sábio ou inexperiente o autor seja está sempre suscetível ao erro. O que não podemos fazer é começarmos a perder essa batalha em detrimento a fogo amigo.
Lembrando que isso não quer dizer defender o indefensável. Lembre que por exemplo defender um monopólio que normalmente se beneficia de leis restritivas não é algo que fortalece nossa busca por liberdade.
Portanto meus caros amigos, existe sim uma tendência futura a restrição do acesso as armas. Cabe a nós nos unirmos, caso contrário a tendência vira realidade e dai com cada vez mais radicalização e instituições que tem parcialidade nas verificações de veracidade não teremos como reestabelecer nossos direitos.
Link para o artigo original do Fabricio Rebelo no CEPEDES sobre mais armas, menos armas: https://www.cepedes.org/2020/09/homicidios-com-arma-de-fogo-sao-os.html
Link do Artigo do autor Fabricio Rebelo ao site Senso Incomum sobre o caso do artigo ter sido considerado Fake News, com base em uma opinião de uma ONG contraria ao armamento da população: https://sensoincomum.org/2020/10/01/projeto-comprova-usa-opiniao-para-fazer-censura-travestida-de-fact-checking/
Link do Grupo do Telegram citado aqui: https://t.me/infoarmaschat