E de novo polêmica no assunto, na abordagem e na justificativa.
Já serei taxado de neurótico ou de exagerado. Mas calma amigo leitor, a razão porque eu ando armado dentro de casa tem justificativa e fundamento.
Antes de você me criticar quanto a minha opção lanço as seguintes perguntas:
- conhece alguém que foi surpreendido por bandidos dentro da própria casa?
- Você acredita que sua casa somente será invadida quando você estiver ausente?
- Mora sozinho ou tem familiares e terceiros (funcionários) com você no imóvel?
Essas simples questões já devem ter feito o leitor se questionar quanto a opção de armazenamento e tempo de resposta/reação em caso de necessidade.
Num próximo artigo falaremos sobre a segurança no armazenamento do armamento e insumos em casas com crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais, mas, para além dessa preocupação, o ter armas em casa e ter necessidade/condição para utilização desse armamento enseja analisar em que condições e como será o acesso ao equipamento em caso de necessidade.
E a principal questão que levanto, com mesma ênfase que respondo a pergunta do porquê portar ao menos um carregador sobressalente, é:
você sabe quando e como será abordado pelos bandidos?
Digo isso porque não canso de receber críticas pelo “excesso” de usar porta carregador extra, de deixar outro carregador separado dentro do veículo, de portar minha arma em casa, do que respondo já calejado por essas perguntas recorrentes: se você já sabe quando e como será abordado então você tem que ter marcado um duelo com o bandido.
Só num duelo você sabe data, hora, local, quem é o outro duelante e qual armamento será utilizado, bem como as regras do embate – e ainda assim padece da dúvida de se o oponente irá respeitar o combinado.
Fora a brincadeira e ironia na crítica do duelo, a situação que se apresenta num ataque é surpresa e violência na ação dos criminosos, em especial dentro de nossas residências/imóveis, asilo inviolável sequer por ação policial fora do horário do dia, por garantia constitucional.
Disso decorre que qualquer estratégia de atuação, organização e disposição do armamento JAMAIS será mais rápido do que o acesso ao armamento portado junto ao corpo, especialmente se mantida na disposição normal de porte rotineiro.
Em caso de invasão do seu imóvel e estar sendo surpreendido por agressores você tem dispositivos ou condição de detectar a presença do bandido a tempo de correr até onde seu armamento está armazenado, municia-lo, alimentá-lo e carrega-lo, retornando e garantindo a defesa de sua integridade física e de seus parentes e entes queridos?
Esse seu sistema é melhor ou mais efetivo do que o estar com sua arma consigo pronta para e em condições?
Lanço essas perguntas para melhor situar o amigo nos questionamentos que devem ser feitos para a definição da condição de estar pronto para a eventualidade.
No meu caso a eventualidade é potencializada em razão de questões profissionais que me colocam numa exposição exacerbada e efetiva situações de ameaça que se me apresentam e demandam tomada de medidas diferenciadas para buscar garantir possibilidade de ação no caso de efetivação dessas injustas promessas de mal efetivo.
Pode algum afoito me questionar: mas eu conheço gente que passou a vida toda sem nunca ter sido assaltado ou atacado mesmo quando ameaçados, pra que eu vou ficar com neura de até dentro de casa não poder relaxar se posso nunca precisar usar minha arma? A verdade quanto a isso é que oramos para nunca precisar utilizar o nosso armamento, mas torcemos mesmo é para em caso de necessidade que ele esteja à mão e eu esteja preparado.
A idéia é essa mesmo de conseguir chegar ao final da vida dizendo estive preparado e não precisei jamais usar, porque ruim seria pensar que poderia ter usado e não tive chance por não ter acesso ou por não ter tido tempo de ir buscar e isso custou caro.
E lá vem a indignação: Não vou fazer porque me incomoda. Mas o que te incomoda? O estar armado, o estar portando ou o estar em casa portando?
Portar a arma de fogo é uma opção que representa enfim um estilo de vida – não é pra ser legal ou confortável. O desconforto inclusive é fundamental para lembra-lo da condição de alerta, a situtational awareness estudada pelos americanos.
Ao tempo em que você precisa passar despercebido no porte velado, e para isso deve o portar ser o mais natural possível, essa naturalidade não pode jamais significar esquecer que se está armado, porque isso resultaria num nível de atenção aquém do necessário para a reação.
Mas me incomoda, insistiriam alguns.
Aí precisamos descobrir a razão do incômodo: Seu coldre é adequado? Sua opção de posição de porte é condizente ao seu físico e ao coldre escolhido? A arma sendo portada está adequada a sua necessidade e forma de utilização? O seu nível de treinamento permite satisfatória utilização do armamento em caso de necessidade?
A escolha do equipamento passa pelo conhecimento do armamento, da sua capacidade, da aplicação que será realizada e da condição que você possui para a implementação dessas variáveis.
Existem armas, coldres, munições para as mais variadas opções e até tem aquelas que tem múltiplas utilizações mas nenhuma faz tudo ao mesmo tempo ou cobre por completo todas as variáveis existentes e condições exigidas.
Eu tenho uma arma que utilizo para o porte velado em dimensão e disposição bastante para a missão: estou com ela, meu carregador extra e minha lâmina sempre.
Mas eu tenho crianças em casa e tem risco de eu estar com elas e um acidente ocorrer… Alto lá – se seu coldre não lhe garante atividades simples como o abaixar, levantar, eventualmente pular e rolar realmente seu problema é seu equipamento e não seu apenas sua indisposição ao tema portar a arma em casa.
“se seu coldre não lhe garante atividades simples como o abaixar, levantar, eventualmente pular e rolar realmente seu problema é seu equipamento”
Entendi tudo o que você falou até agora Luciano mas eu não parei nem pra pensar nessas hipóteses que você levantou no texto – então a questão é que você precisa realmente analisar qual a necessidade/efetividade do possuir uma arma de fogo e não criticar a opção de quem precisa/entende precisar estar armado.
Com isso eu quero dizer que todos devem agir assim como eu? JAMAIS!
Cada um deve analisar a sua condição e necessidade para a sua atividade.
Isso por si só já deve levantar dúvida o suficiente para levar o leitor a uma autoanálise e reflexão: estou preparado para utilizar minha arma de fogo? Essa pergunta fica para o nosso próximo artigo.
Treinem, sempre e muito, e estudem bastante e não se enganem com propaganda enganosa, dispara o like e até a próxima.