Dominar técnicas e protocolos de VCQB®️(Vehicle Close Quarter Battle) Combate Veicular, entender a forma como esse cenário acontece e absorver os conceitos ensinados nas linhas da ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT é algo que envolve uma metodologia de treinamento e uma sequência apurada na construção do conhecimento. Então se você nunca esteve em nossos módulos mas tem curiosidade em saber como desenvolvemos o nosso Módulo de VCQB®️ Low Light, continue a leitura e sinta-se como se estivesse em nossas linhas.
COMEÇANDO OS TRABALHOS
Nosso Módulo de VCQB®️ inicia-se com uma breve explanação sobre as Regras de Segurança, passando com as condutas a serem adotadas no estande e finalizando com o Plano de Segurança e Evacuação em caso de algum acidente que possa exigir cuidados mais específicos. Ao terminar a explanação eu peço que cada aluno se apresente e diga quem ele é e a sua experiência com armas de fogo. Aqui vale ressaltar que as linhas da ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT(ETC) são muito heterogêneas, de forma a receber do cidadão comum(CACs), instrutores e policiais que vão desde a rádio patrulha até “caras” renomados(lendas) do mundo das Operações Especiais.
Finalizada as apresentações entramos na parte introdutória do Módulo propriamente dito, aqui eu começo falando sobre as características do VCQB®️ (repentino, violento, curta duração, curta distância e intenso) sempre referenciando William Petty e outros instrutores mainstream no mundo operacional, mesmo que seja para refutá-los. Vale salientar que o VCQB®️ da ETC nada tem a ver com os protocolos apresentados pelo VCQB do William Petty, os contextos operacional e a estrutura veicular do Brasil invalidam os protocolos do Petty, na verdade posso dizer que ensinar o VCQB aplicado nos EUA aqui no Brasil é um “comédia tática”, pois os protocolos de lá não servem para a realidade daqui.
Ainda na parte teórica que é realizada em volta do veículo, abordamos a assunto da Balística de Combate, neste caso com o foco na Balística Terminal aplicada a veículos, referenciando os Mestres e autores do Portal INFOARMAS: Professor João Bosco e o Perito Criminal Barros. As interações do projétil com os vidros e as superfícies do veículo são fundamentais para adoção do protocolo correto e a forma de utilizar o veículo como abrigo ou entender que você precisa abandoná-lo o mais rápido possível. Depois de apresentar estes conceitos os alunos compreendem que disparos através dos vidros podem ter resultados catastróficos como por exemplo saber que em regra atirar do interior do veículo através do parabrisas faz com que a trajetória dos disparos subam, enquanto atirar de fora para dentro do veículo faz os projéteis descerem. Vidros laterais não geram uma alteração na trajetória considerável.
A BALÍSTICA ENVOLVENDO VEÍCULOS
Outro ponto abordado na Balística Terminal tem a ver com os impactos oblíquos contra a superfície do veículo que podem defletir e manter a trajetória na direção do alvo ou na sua direção e que impactos perpendiculares contra uma estrutura feita para colapsar ou resistir a colisões com grande massas e baixa velocidade não tem uma boa propriedade balística para resistir a disparos de projéteis com pouca massa e alta velocidade. Logo o veículo não resiste a disparos, exceto por dois pontos isolados(bloco do motor e eixo do rodado) que também não traz nenhuma vantagem tática por sacrificar a sua mobilidade.
Depois de falar sobre balística é feita uma demonstração que abrange todos os pontos abordados e o que torna o convencimento da turma muito mais fácil já que estamos falando de evidências científicas e não “achismo” como muitos gostam de profetizar. Disparos através do parabrisas, vidros laterais, disparos nas superfícies do vidro e na lataria mostrando a deflexão do projétil e a mudança na trajetória. Por fim, realizamos disparos através das portas do veículos e colunas para mostrar o quanto a estrutura veicular é “resistente” como abrigo durante um confronto armado.
O próximo passo é mostrar a forma de utilizar abrigos, coberturas e as posições de tiro em volta do veículo. São dadas ênfase aos aspectos da visibilidade, tomada da posição e saída, bem como o quanto a posição certa pode lhe proteger e oferecer bons ângulos de tiro. Ainda neste ponto falamos sobre a forma como o indivíduo interage com as coberturas e a falsa sensação de segurança que pode ocorrer quando você está atrás de vidros e portas. Sobre as posições de tiro, na Doutrina da ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT evidenciamos posições agressivas que lhe dão melhor aproveitamento da barricada aumentando a sua amplitude e com foco na economia de movimentos, tudo baseado na biomecânica do seu corpo no contexto do combate.
A BATALHA DE ÂNGULOS
Se CQB(Close Quarter Battle) tem a ver com uma batalha de ângulos dentro de uma casa, VCQB®️ (Vehicle Close Quarter Battle) está relacionado com uma batalha de ângulos ao redor do veículo, então saber quais as melhores formas de posicionar a sua arma é fundamental para se ter alguma vantagem em combate. Aqui eu ressalto três posições fundamentais: Pronto Alto(High Ready), Temple Index e Posição 3,5(varredura). Cada uma delas dá ênfase a características e aplicações dentro do cenário do combate veicular, sempre reunindo o melhor de cada uma delas.
Tudo bem, você sabe como o projétil se comporta quando atinge o veículo, sabe trabalhar com ângulos, posições de tiro e também sabe como posicionar a sua arma enquanto faz isso, porém chegou a hora de entender como aplicar protocolos de sobrevivência ou que valide suas técnicas no interior do carro. Os protocolos apresentados vão desde a forma como portar a sua arma no interior do veículo, passando como tirar o cinto de segurança de forma mais rápida e eficaz, até como a sua família deve se comportar no caso de uma situação de confronto armado dentro e em volta do veículo.
Agora chegou o momento que muitos aguardam ansiosamente, os Protocolos de Combate Veicular, a forma de lutar dentro e fora do veículo utilizando todas as informações e conhecimento reunidos durante toda a manhã. Começamos enfatizando um Princípio de autoria do Capitão PMPR Marcelo Israel, que irá definir a sua forma de lidar com as ameaças:
“COMBATA PARA SAIR OU SAIA PARA COMBATER”
Capitão PMPR Marcelo Israel
COMBATE PARA SAIR OU SAIA PARA COMBATER
Os protocolos irão lhe dar a melhor linha de ação, a forma mais rápida e eficaz de sair do carro e como se movimentar ao redor do veículo buscando melhores pontos para combater. Neste ponto “Vacas Sagradas são assassinadas” e paradigmas quebrados, fica fácil de perceber que é uma fantasia combater dentro do carro e que desembarcar atravessando o veículo(tipo o superman ou dando cambalhota) cai por terra. Depois que explicamos como o seu cérebro reage diante das ameaças e seu tempo de reação é afetado, bem como citamos estudos de casos e o uso de estatísticas fica simples entender como a ciência e evidências provam o contrário daquilo que é utilizado aqui desde a década de 80. Fico feliz em saber que a ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT foi a precursora neste protocolo de combate veicular aqui no Brasil, ser o pioneiro lhe dá um fardo de suportar ataques e críticas daqueles que se contentam em repetir protocolos ineficazes e desatualizados com o contexto atual, seja por incompetência, ignorância ou ego. Porém, da mesma forma fico honrado e feliz em saber quantas vidas foram e serão salvas pelos protocolos que ensinamos no mundo operacional e das armas de fogo.
Terminado esse primeiro bloco de instrução fazemos um intervalo para o almoço onde eu aproveito para sentar na mesa com os alunos e ouvir as histórias pessoais e a jornada que cada um fez para estar ali naquele momento. As mesas de almoço sempre geram muita aprendizagem e boas risadas num clima bem descontraído. Destaco algo que observo dentro e fora das linhas, eu sempre tenho a oportunidade de aprender com os meus alunos.
Depois do almoço é hora de esquentar os canos e aplicar as habilidades e protocolos necessários para vencer um confronto armado no cenário veicular. A turma é dividida em duplas e cada aluno tem a opção de escolher o parceiro que achar conveniente, às vezes as duplas já são conhecidas de outros módulos da ETC. O primeiro drill é um aquecimento para que eu possa verificar as habilidades individuais de manuseio e tiro dos alunos, além de servir para ambientar o aluno aos disparos que estarão por vir.
Terminado o aquecimento vamos para os Drills propriamente ditos, agora cada exercício é explanado dentro do seu contexto, mostrando o passo a passo e os pontos críticos da sua execução. Eu demonstro as movimentações em seco e depois realizo uma execução com disparos reais para que os alunos possam estar seguros da forma como será realizado. Então todas as dúvidas são sanadas e as últimas recomendações são feitas. Agora chegou a hora da turma mostrar para que vieram!
MANTENHA SIMPLES!
Todos os drills são precedidos de briefing e finalizados com debriefing, durante a realização dos alunos, eu e meus staffs(instrutores) estamos atentos a todos os detalhes, seja na execução das técnicas individuais ou nos procedimentos de segurança. As correções podem ocorrer com feedbacks imediatos ou logo após o término do Drill de maneira individual. Deixo uma dica para os instrutores de tiro, entenda que o feedback pode ser usado para evidenciar um aspecto positivo ou corrigir/orientar um ponto de melhoria do seu aluno, resumindo, reforçar uma qualidade ou orientar um ponto a ser corrigido, nunca exaltar a sua “pseudo superioridade”(que não existe) de instrutor em relação ao aluno. Se você age desta maneira como instrutor, então seu lugar não é na instrução.
A última fase antes de escurecer é o exercício final utilizando o método Force on Force na qual o aluno é colocado diante de um cenário preparado com uma figuração armada e reativa, iniciado o exercício o aluno, no caso a dupla deve resolver o cenário utilizando tudo que aprendeu e praticou até ali. Sem dúvida seria impossível materializar os princípios do VCQB®️ sem este exercício, colocar uma dinâmica de alvos interagindo com os alunos é fundamental para avaliar a tomada de decisão e erros comuns que poderão ser evitados numa situação real.
Depois disto realizamos um debriefing abordando os aspectos relevantes e as lições aprendidas no exercício, cada dupla relata pontos importantes e falhas ocorridas durante a sua participação. Findo o debriefing é chegada a hora do combate veicular em baixa luminosidade.
ACENDA, APAGUE E DESLOQUE!
No bloco de instrução da baixa luminosidade abordamos algumas características das técnicas de lanterna aplicada ao contexto veicular e colocamos em prática os protocolos e técnicas aprendidas durante todo o dia, mas no contexto da baixa luminosidade. Agora tudo fica mais complicado, atirar, resolver panes, fazer recargas com a lanterna na mão. Saber utilizar uma barricada e mitigar os efeitos negativos da luz deixa tudo mais difícil, porém os alunos recebem as orientações necessárias para usar a lanterna e a luz ao seu favor. Basicamente na ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT nosso trabalho é descomplicar o complicado.
Encerramos os drills noturnos e realizamos a entrega dos certificados e dos brevês, aproveitamos para ouvir o relato dos alunos e sempre é envolvido de histórias que emocionam e reforçam o conceito do “cão pastor”. A cada turma, a cada relato eu tenho a certeza de estar no caminho correto e vivendo a Jornada que se alinha ao meu Propósito de Vida, me conectar com pessoas é o que me move nesta Jornada e a instrução me proporciona isso. Apresentar um conhecimento na linha e aprender com os meus alunos é apenas uma parte da equação, fazer novos amigos, impactar pessoas e salvar vidas tem uma relevância muito maior.
TREINANDO EM CASA
Para deixar tudo isso mais fácil, eu gravei o meu curso de VCQB®️ online e o disponibilizei na plataforma do Hotmart. Eu sei que muitos alunos gostam de estudar após o curso presencial e muitos outros podem estudar a metodologia da ETC com o curso online mesmo sem nunca ter a oportunidade de estar em nossas linhas.
QUANTO MAIS EU TREINO, MAIS SORTE EU TENHO!
Nos encontramos na linha!!!
*O nome VCQB® é marca registrada no Brasil pela ESPERANDIO TACTICAL CONCEPT e a utilização deste nome acarreta em responsabilidade jurídica para quem usá-la sem a devida autorização.