Oi gente!
Pensando no que escrever aqui pra vocês, já que continuamos em quarentena e duas etapas do Campeonato Catarinense de IPSC já foram canceladas, lembrei que toda vez, na véspera de competição, quando eu posto nas minhas redes sociais alguma foto das minhas munições, há muitas perguntas, não somente pela parte técnica do negócio, mas pela peculiaridade que elas tem.
Nunca viu? Ficou curioso? Pera aí!
Quando as munições estão prontas no Clube.38, é preciso passar pelo Cronógrafo, que é um aparelho que mede a velocidade do disparo no instante em que o projétil sai do cano da arma.
Isso é necessário fazer no Clube, porque nas competições é feito também e serve para verificar o fator de potência declarado pelo competidor na hora da inscrição, eu atiro no Fator Menor.
No IPSC existe o Fator Menor e Fator Maior; a diferença entre os dois é resumidamente na pontuação.
Nos alvos de papel do IPSC, existem marcações que quando atiramos, tentamos mirar na que tem a maior pontuação, no caso o “Alfa”, depois o “Charlie”e por último o “Delta”; quando for um metal que tem que cair pra pontuar, é considerado um “Alfa”.
No Fator Menor, o Alfa vale 5 pontos, o Charlie vale 3 pontos e o Delta vale 1 ponto; no Fator Maior, o Alfa vale 5 pontos, o Charlie vale 4 pontos e o Delta vale 2 pontos.
Nas competições, as munições de todos os atiradores são testadas, são dados 3 tiros no cronógrafo (no Clube testamos com 5 tiros), a cada tiro aparece um número no visor do aparelho; é tirado uma média desses valores, depois multiplicado pelo peso da ponta (a minha é de 110grains) e depois dividido por 1000. O resultado dessa conta será o Fator de Potência da munição.
Eu atiro na Divisão .380 Light que existe somente no Brasil (sabia?), essa minha divisão segue as mesmas regras da Divisão Standard, reconhecida no IPSC Internacional, porém na hora do cronógrafo, a .380 Light tem que dar um resultado de no mínimo 85 e a Standard, no mínimo 125.
Testamos antes no Clube porque caso a munição não fique no valor ideal, a mesma tem que ser modificada; outro motivo é que se a munição não estiver dentro dos valores obrigatórios, o atleta pode levar um “DQ”, ser desqualificado… que por sinal, foi o único DQ que já levei na vida.
Munições prontas, no fator ideal, é hora de passar no “Case Gauge”.
No IPSC, a pontuação das pistas de tiro são feitas somando os pontos dos acertos, diminuindo os erros e dividindo pelo tempo que o competidor demorou para completa-la.
Para ter um ótimo “hit fator”, o atleta precisa ser preciso acertando as áreas de maior pontuação e no menor tempo possível. Por isso entra a importância da munições não falharem, porque a cada falha, acontece uma pane na arma que precisa ser resolvida e com isso, o atleta vai perdendo tempo. Claro que existem outros fatores que pode levar o competidor a perder segundos preciosos, porém, um deles a gente já está precavido.
Munições prontas, fator ideal, sem nenhuma deformidade, é hora de transforma-las nas “Pris”!
A cada competição são separadas por volta de 350 munições perfeitas (são feitas também para os treinos que a antecedem), e a minha mãe, a dona Leda Barbi adora personalizar cada uma dessas cápsulas; ela escreve “PRI” com uma cor de caneta permanente e depois faz um coraçãozinho com outra cor de caneta! Em cada uma das 350!!
As cápsulas são marcadas porque os estojos serão reutilizados na próxima etapa.
Então é isso, gente! Espero que a dona Leda e a sua paciência o tenha incentivado a personalizar as suas também.
